segunda-feira, novembro 24

O tempo



Enquanto pensamos na vida,
Enquanto comemos a torta,
ou perdemos a hora,
"O tempo não pára".

O tempo...Ah! Aquele tempo!
Aquele tempo antigo,
Cheio de rendas e bordados finos!
Aquele cheio de lendas, histórias, epopéias
piadas e livros cheios de traças!

Lembro-me bem, do tempo de antes,
Quando eu pequena não sabia,
Que cheiro de chuva, era gás carbônico.
Que meu pai, de batman nem etnia.
Que eu não podia voar um dia.
E que doce ia trazer espinha.

Lembro-me das tardes de chuva,
Enquanto tomava um leite,
e deitada na cama, minha avó se perdia,
em suas histórias
de galos e galinhas.

Lembro-me de descer as escadas,
Sobre um pedaço de papelão.
Enquanto minha mãe asssustada,
Gritava aos berros
Não!

Lembro-me dos amigos,
Uns se foram, uns morreram,
Mas houveram alguns que se perderam.
E alguns que me esqueceram.
Mas entre todos,
sobraram o suficiente.

Lembro-me dos erros,
Alguns ridiculamente feios.
Nessas horas queremos que tudo voltasse,
Mas por mais que pedisse,
"O tempo não pára", é,
"Não pára, não".

Ainda me lembro de pessoas,
Mas esqueço de alguns nomes.
Lembro-me daqueles que nunca vi realmente,
e aquelas que vi, e não quero mais me lembrar.

Lembro-me dos meus ideais,
dos meus motivos,
das minhas razões.
Hoje, lembrando de tudo,
eu rio.

Lembro-me do tempo que pensei,
que meus pais eram imortais.
Lembro-me também quando descobri,
que não eram.

Lembro de ter chorado.
Lembro de ter sorrido.
Lembro de ter comemorado.
Lembro de ter lamentado.

Lembro da vida que vivi.
E quero um dia dizer isto, da vida que vou viver.


------------------------------------------
[IMG] http://farnk05.deviantart.com/art/clock-52988719

quarta-feira, outubro 22

村山



São fortes aqueles que sobem montanhas?
São fortes aqueles que conquistam montanhas?
Ou serão fortes os que apenas contemplam montanhas?
Não. Não são estes,
Nem aqueles.
São as montanhas.

Grande, e imponente.
Parada ao horizonte.
Fazendo sombra,
Ou servindo sombra.
Verde, azul ou branca.
Lá, ela.
Com árvores, ou com neve.
Folha, galho, ou estepe.
Coberta de grama,
ou ainda,
Cheia de lama.

Montanhas.
A minha montanha, é comum.
Tão distante das outras,
Isoladas do resto.
Lá.

Eu.

E toda a família.

Seria absurdo pensar,
Que forte são aqueles que sobem,
Pois tão fracamente como subiram,
Covardemente,
Descem.
Uns com bandeiras,
Outros sem.

Pensando na montanha,
Lembrei de você.
Só conheci uma vez,
Mal me lembro.
Mas sempre que lamento,
É em você que eu sempre penso.

Não houve choro, ou lágrima,
Em que eu não pensei,
Que mesmo ausênte,
Lá estaria presente.

Faço do hoje, uma montanha firme.
Para que um dia, no alto contemple,
Você. Sorrindo.

Que descanse em paz, na montanha.
Aquela que um dia,
me aceitou como descendente.

Eu mal me lembro,
Mas se pudesse eu lembraria.
Mas eu sinto.

Todos os dias.


Fique na vila.

Na vila da montanha.
Ou na montanha da vila?

Quando subir a montanha, também olharei por eles.


------------------------------------------
[IMG] http://casseybunn.deviantart.com/art/Sand-Mountain-135739469

segunda-feira, outubro 20

Um filme da vida estranha



No começo uma berradeira,
Interrompe a feia cena,
Uma mulher deitada na cama,
um bebê chorando à mama.
Será que foi assim?
Ou será que foi assado?
Mas no médico ou no quarto,
Foi igualmente,
Um parto.

Depois de uns passinhos,
Uns cortes e machucados,
Vem os assopros assoprados,
Da mulher com seus cuidados.
Logo logo tudo acaba,
Pois a puberdade vem malvada,
Enchendo de espinhas a feia cara.

Num momento, o primeiro beijo,
O primeiro drama do filme inteiro.
A língua toda enrolada,
Deixa a cena apavorada.

O primeiro emprego,
O primeiro carro,
O primeiro gesso.

A primera carta,
A primeira mala,
A primeira aula.

Tudo único e surreal,
Seria isso o sobrenatural?
Sem fantasmas ou aparições,
Tempestades ou furacões?
Ou seria isso, tudo real?

A magia do cinema,
Na vida costumeira,
Faz da arte bela estranha,
Parecer cotidiana.
Logo logo, vem o amor,
Já dizia um certo Carlos,
Que no final amou de fato,
Cheio de ardor e muito calor,
Jogando, ou jogado na cama,
Alí no chão, compõe a trama.
No piso duro,
Ou no tapete sujo.
Mas bem depois, descansam à cama.
Sobre os lençóis e fronhas,
dormem juntos e...
Roncam.

Mas depois, vem casamento,
Festas, noivados, e aniversários.
Cada bolo mais enfeitado,
Sem gosto, e sem saco.
Aturar a parentada,
Enchendo a sua casa,
É de fato um imenso fardo,
Porém o fardo, meus caros
É arte para os raros.

Depois novamente, vem o parto.
Novamente vem a mãe,
Vem o filho, vem o tio,
E quem sabe um afilhado!
Mentiras, fatos, e um bom estrado,
Uma casa, com banheiro, uma cozinha,
Uma escola, um teatro, e uma padaria.

Alguns com muito, outros com poucos.
Mas os filmes, são todos iguais,
Muda os atores,
Muda os diretores,
Mas o roteiro do final, parece plágio sem igual!

O fim do filme é esquecido,
Pois os atores envelhecidos,
como as resenhas de um velho livro,
acabam todos num mesmo plano.

Ou se queimam, ou se derretem,
Ou espera que se enterrem.

E pros que ficam, vêem os créditos,
Nesse filme da vida estranha,
A melhor saída é viver.
Pois no final, não há saída.

Hoje mesmo, se lhe interessa, vá comprar uma boa cama.


















[Mantra Bed, design de Mauro Bertame e está à venda por US$ 6.447 na Europe by Net]


E tal.

quinta-feira, outubro 16

Aquelas horas














Aquelas que passam,
Aquelas que chegam,
Aquelas que tardam,
e nunca desgastam.

São horas pra tudo.

Há tempo pro amor.
Há tempo pra dor.
Há tempo pra chorar
Há tempo pra rimar.

Há tempo pra viver,
Há tempo pra sofrer.
Há tempo pra sorrir,
Há tempo pra mentir.

Há também aquelas horas.
Aquelas cheias de graça,
Aquelas em que mesmo sem graça,
você vira e solta um sorriso,
Tímido, maroto, e arredio,
Naquelas horas,
encantada, abobada, apaixonada.

Quando fala bobagens,
Quando corta assuntos,
Quando diz que me ama,
Quando me joga na cama!

É nessas horas.
Naquelas horas.
Nestas, aquelas de outrora.

Que eu te amo.
Mais.

terça-feira, outubro 14

I'm X, what about you?




Walking in this Endless rain,
I feel Alive.

A Blue Blood runs into my veins.
I'm not a Joker anymore.
Not even that Desperate Angel.

Say anything you want,
But you won't see no more Tears.
You Stab me on the back,
Vanishing love.
All the dreams are Unfinished.
Look back and you'll see the Phantom of Guilt.

There are no Scars.
There is no Forever love.
There is no Weekend.

This is not a Silent Jealousy ,
This is me Standing Sex.

I can't deny my Sadistic Desire,
And you must know I'll Kill you.
So, Give me the pleasure
Of having an Orgasm?

This, Dear Loser, its The art of life.




[Toshi T-Earth Brazil, eu fui!]

segunda-feira, setembro 29

Lixo - Não é Veríssimo, mas ainda sim não deixa de ser verdade.



[Um dos melhores escritores, sem dúvidas. Só uma reflexão sobre o texto]

Achar o amor no lixo,
Com certeza é um lixo.
Mas é no lixo do dia-a-dia,
que jogamos nossa vida.

O que têm no meu lixo?
O que tem no seu?
Papel ou guardanapo,
Filme e um pequeno trapo.
Fotos das mais antigas,
Revistas e porcarias.
E as cartas de um apaixonado.

Mas a pergunta que não quer calar,
Nem quer se fazer ausente.
Será que pelo meu lixo inconsequente,

você se apaixonaria loucamente?

Não importa o que tem no seu,
Decidamente me perderia,
Entre seus papéis e latarias,
Com certeza t
e amaria.

Amo, com lixo ou sem.


------------------------------------------
[IMG] http://lexidh.deviantart.com/art/Trash-22921132

Lixo - Luís Fernando Veríssimo



















Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam
— Bom dia...

— Bom dia.
— A senhora é do 610.
— E o senhor do 612.
— É.
— Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
— Pois é...

— Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
— O meu quê?
— O seu lixo.
— Ah...
— Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
— Na verdade
sou só eu.
— Mmmm. Notei também que o senhor usa muita comida em lata.
— É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...
— Entendo.
— A senhora também...
— Me chame de você.
— Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champig
nons, coisas assim...
— É
que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas como moro sozinha, às vezes sobra...
— A senhora... Você não tem família?
— Tenho, mas não aqui.
— No Espírito Santo.
— Como é que você sabe?
— Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
— É. Mamãe
escreve todas as semanas.
— Ela é professora?
— Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?
— Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.
— O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.
— Pois é...
— No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.
— É.
— Más notí
cias?
— Meu pai. Morreu.
— Sinto muito.
— Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.

— Foi por isso que você recomeçou a fumar?
— Como é que você sabe?
— De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.
— É verdade. Mas consegui parar outra vez.
— Eu, graças a D
eus, nunca fumei.
— Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo...
— Tranqüilizantes. Foi uma fase. Já passou.
— Você brigou com o namorado, certo?
— Isso você tam
bém descobriu no lixo?
— Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel.
— E, chorei bastante. Mas já passou.
— Mas hoje ainda tem uns lencinhos...
— É que eu estou com um pouco de coriza.
— Ah.
— Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.
— É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.
— Namorada?
— Não.
— Mas
há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.
— Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.
— Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte.
— Você já está analisando o meu lixo!
— Não posso negar que o seu lixo me interessou.
— Engra
çado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia.
— Não! Você viu meus poemas?
— Vi e gostei
muito.
— Mas são muito ruins!
— Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.
— Se eu soubesse que você ia ler...
— Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela?
— Acho que não. Lixo é domínio público.
— Você tem razão
. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?
— Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que...
— Ontem, no seu lixo..
— O quê?
— Me enganei, ou eram cascas de camarão?
— Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
— Eu adoro camar
ão.
— Descasquei,
mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...
— Jantar juntos?
— É.
— Não quero dar trabalho.
— Trabal
ho nenhum.
— Vai sujar a sua cozinha.
— Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.
— No seu lixo ou no meu?

quarta-feira, setembro 3

O Sonho do Lago




Numa dia de sol tão quente,
Uma bela jovem banhava-se.
Foi naquele sentir-se,
Que o lago a desejou intensamente.

A jovem foi embora. Não mais voltou.
O lago uma vez límpido, de tristeza congelou.



Ryujin, o deus dos mares
Furioso lhe perguntou.
- Por que sofres o mais belo dos lagos de meu reino?
O lago, lamentando, chorou:
- Porque amo.
O deus-dragão, se viu num dilema,
O lago não mais descongelaria,
E tão logo, os outros deuses o chamariam.
Pois aquele lago, era acima de tudo, sagrado.
- Concederei um dia. Não mais, não menos.
Mas não falara quem é, nem ela saberá quem foste.
Sou um deus e te entendo.
Ela não entenderá pois é um lago.


E antes que a folha caísse,
E um ruído se ouvisse.
No lugar do lago, um homem surgiu.
- Siga a montanha, lá encontrará o seu amor.

O lago ainda desengonçado correu.
Tão abismado, tão curioso e esperançoso.
Chegou. Chegou a Vila da Montanha.
A beleza do jovem se notou ao longe.
Curiosos os habitantes o circularam.
Em meio, a multidão, ele a viu.
Com os pés afundados na água,
Em meio a enorme plantação,
Lá estava a jovem, com uma cesta à mão.

Correu, e correu. Correu e parou.
Silêncio.
Por alguns instantes, os dois
Ali defronte, se olharam,
Se dizer nada, se cumprimentaram.
Sentado apaixonado, ele a admirou.
Mas seu silencio, a amedrontou.
-Quem é você?
Sem poder dizer nada, a abraçou.
E naquele momento ela também o amou.

Enquanto a tarde surgia,
Ele a contemplava enquanto ria,
Admirava enquanto sorria.
Mas a tarde desaparecia.

Antes do fim do dia,
O lago se levantou, mas menina o beijou.
E naquele momento ela também o amou.

-Quem é você?, perguntou novamente.
O lago sorridente desenhou na terra.
E tão misteriosamente quanto apareceu, desapareceu.
A jovem não compreendeu.
Teria sido um sonho?’, pensou.
Olhando a terra, ela chorou.
Pois lá estava escrito: 池

O deus-dragão, esperou e como combinado,
O lago retornou.
Tão solenemente, reverenciou.
E novamente, um lago se tornou.
Suas águas agora tranqüilas, descongelaram.
O lago mais bonito do reino, então brilhou.

Passou-se oito dias.
No oitavo dia, a menina apareceu.
A beira do lago divino, ela chorou.
Lamentou e murmurou:
-Amo você.
Atirando-se ao lago, a menina morreu.

Até mesmo o coração forte do deus-dragão,
Compadeceu, e se entristeceu.
Uma árvore de cerejeira, germinou.
Com seus galhos pensos ao rio, floresceu.
Esse foi o presente de Ryujin,
Pois quando suas pétalas caíssem sobre o lago,
Estariam se amando.


A menina da vila se tornou flor.

terça-feira, setembro 2

O retrato




Na entrada um tapete
‘Bem vindo a minha mente’,
Tire os sapatos e pegue um pente,
Mas por favor, não se alimente.
Farelos no chão, trazem ratos!
E não há gatos para expulsa-los!

Na parede um quadro,
Cheios de bilhetes e papéis,
Pregados com clipes e pincéis
Lá as cartas a serem lidas,
Os poemas a moda antiga!E o amor da minha vida!

Ah! O quadro!
Lá estaria o seu retrato.


Na estante alguns livros,
Alguns velhos outros puídos.
Seriam os pensamentos,
Alguns modernos e sem talento.
Outros antigos e virtuosos,
Uns estranhos e preguiçosos.

Ah! Na estante!
Lá estaria o seu semblante.


No armário cheio de roupas,
Amarela, verde, azuis ou brancas.
Seriam os medos e inseguranças,
Seriam problemas e esperanças.
Bagunçado ou arrumado,
Este seria o meu armário.

Ah! No armário!
Lá estaria o seu entalho.


Mais pra frente o monitor,
Tão grande dá até calor!
Que fique ali a inteligência,
Sem impaciência, por favor!

Ah! No monitor!
Lá estaria o meu amor.


Na janela veja a praia.
Que bonita e empoeirada!
Cuidado com a cabeça,
O sino está a tocando!
Estaria você assoprando?
A janela seria os quadros,
Os quadros da minha alma,
Nem Dalí nem de Andrade,
Nem madre nem padre
Conseguiriam imitar a calma
A calma da minha alma.

Ah! Na janela!
Lá estaria você, lá.


Vire o rosto e veja a cama.
Bagunçada? Ah! Que desgraça!
Juro,arrumei noite passada!
Mas espere! Não vá embora.
Prometo terminar e sem demora.
A cama mal arrumada,
A cama bagunçada,
A cama está molhada.

Não, não é xixi.
É que ontem, chorei por ti.
Não chores você diz?
Tome conta do seu nariz!
(...)

Não! Não vá embora!
Fiquei comigo, abrace e beije.
E deite, durma, sonhe.
Só não tire o travesseiro do lugar.

Acredite. Lá está outro retrato.
Mas esse, meu querido, é 3x4.


Se minha mente fosse um cômodo,
Certamente seria o quarto.
E lá em cada canto,estaria o seu retrato.


[E você, que leu ou que lê ou que nem quer fazer, já pensou onde colocaria o retrato?]


------------------------------------------
[IMG] http://gilad.deviantart.com/art/A-Portrait-Of-She-30106212

terça-feira, agosto 26

O vôo da andorinha










Em meio à imensidão do céu,
Um bando de andorinhas apressadas,
Voavam à procura do verão.
O vento frio se tornava quente.
Sobre os oceanos,
Sobre as florestas,
Sobre as cidades.

Mas entre elas, uma em particular,
Voava tão bravamente.
Tão contente.
Em seu pequeno olhar, o brilho.
O brilho de uma vida inteira.



Elas cantavam.
Cada uma em seu tom,
Cada qual em sua melodia,
Cada uma com seu ritmo.
A orquestra das aves,
O vento levou ao longe.
E mesmo do alto da cidade,
Ou da montanha, ou do céu,
Foi ouvido.

Levou dias. Levou noites.
Houve um vento ameno,
Houve um vento quente.
E finalmente as andorinhas,
Pousaram.

Entre elas, uma em especial,
Continuou a voar.
Voava em círculos.
Apavorada, sobrevoava as árvores.
O vento, agora, parecia mais gelado.

Triste, a andorinha pousou sobre o mesmo galho.
E tão serenamente, cantou.
Seu canto atravessou mares,
Atravessou florestas.
Seu canto foi levado,
Pelo vento,
Pelos deuses.
Foi ouvido.

Ao longe, outra pequena ave,
Surgia.

E a corajosa andorinha,
Como se sorrisse, voou novamente.




Uma andorinha sozinha não fará o verão.
Mas sempre voltarão ao mesmo lugar para fazê-lo novamente.

sábado, agosto 23

Por detrás de você











Tá, eu sei. CHEGA DE DIVAGAR YUME! Mas eu preciso! É tão necessário quando respirar, ir ao banheiro ou gritar gol!

Vamos lá. Ontem eu fiquei pensando, (aliás penso nisso há anos!) alguém já parou pra pensar sobre quantas pessoas DESCONHECIDAS aparecem em nossos albúns de família/amigos/etc?

SIM, minha gente. Lá estão elas! Pessoas! Conhecidas, desconhecidas, feias ou bonitas! Elas estão lá! Caramba... quanta gente faz parte da sua vida e você nem sabe, ou melhor quanta gente faz parte da SUA vida e NEM sabe!

Ontem pensando isso, peguei uma foto de uns 4 anos atrás. Lá estava eu, jovem, bela, sem rugas, e usando um cosplay de Rinoa Heartilly de Final Fantasy VIII (Long life to Square!), e de pé na pracinha do colégio Marista-SP, eu me dei conta... CARAMBA! Quanta gente fez parte daquele momento! E o mais surreal, teve até algumas que eu acabei conhecendo alguns meses depois!

Só precisava colocar os pensamentos em algum lugar. Háhá!

Já repararam em quem está por detrás de você?

[Ah! Deixe-me registrar aqui uma coisa... Faltam 16horas... Yatta!!! \o/]

Falta de criatividade? Talvez...




Bom hoje é um dia daqueles... Conhecem aquela coleção 'supercute' dos animais? Então... Chuva, frio, vento gelado... (e graças ao bom Deus, deuses, dalai lama, buda, Oxalá, Amaterasu... e tantos outros) NADA PARA FAZER.

Então como me falta criatividade para escrever alguma coisa bonita, vou me resumir a uns pensamentos soltos e deveras preguiçosos! Quem quiser lê-los, coloquem os óculos; quem não quiser, leia apenas o final. Quem não gosta de um final 'daqueles'? Só não espere por princesas, beijos e abraços ou potes de ouro no fim do arco-íris...

NADA: Os dicionários (pelo menos o online) registra: "Do latim, Nata. S.M.: A não existência, ausência de quantidade,coisa nenhuma,inanidade,ninharia, bagatela, inutilidade; pron. indef.,nenhuma coisa; adv. não, de modo nenhum."

Porém eu vos digo, fazer nada é uma arte.
Mas vamos ao significado de arte...

ARTE: Lat. arte; s. f., conjunto de preceitos ou regras para bem dizer ou fazer qualquer coisa, faculdade, ardil, livro que contém esses preceitos... ETC, ETC, e ETC. (Quem quiser acesse: http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx, ou procure o bom e mau-humorado 'pai-dos-burros').

Arte e Nada. Vamos começar a divagação, aviso de antemão QUALQUER SEMELHANÇA COM A REALIDADE, É... MERA COINCIDÊNCIA. MERA, ou não.

'Não existência é nada...' Mas como poderemos nós passarmos desapercebidos por entre essa vida e por entre essas pessoas que nos rodeiam sem nos questionarem se as/os queremos ou não? ARTE, é amigos pura arte. Arte de fazer malabarismo quando sofremos por elas, ou quando elas nos fazem sofrer, OU AINDA arte para enrolar o vizinho chato que te paquera ou para driblar as broncas diárias dos pais! Sim! Arte!

'Ausência de quantidade...' Ué, comer um bolo solado! No final, sobrará apenas um prato vazio e uma jogada de arte para fingir um sorriso à sua queridíssima mãe, que além de passar suas cuecas também lhe fez um doce com tanto carinho.

'Bagatela...' Não fazia idéia do que seja, e fiquei um tanto receosa de procurar! A verdade é tudo que sei se resume a uma expressão:"Comprei tudo isto por uma bagatela!", é gente, não significa 'barato', significa NADA.

'Inutilidade...' É só com uma boa arte para esquecermos os pensamentos inúteis ou as 'pessoa/as' inúteis...! Há! Ou para esquecer como NÓS fomos inúteis! Não acredita? Sente, reflita. Você ainda se lembra de como pensava há 15 anos atrás? Viu... Você também acabou esquecendo das coisas inúteis, e do inútil que você foi. Não sofra, eu também fui... Será que ainda somos?! (Ahhh se meus dedos rissem!)

Um dos significados de arte, 'Livro que contém esses preceitos', a arte do nada está escrita em NADA. Simplesmente descobrimos ao longo da vida...ahh! Que maravilha não é?

Não é esplendoroso ficar em casa sentado no sofá, esperando a comida sair, vendo tevê e principalmente SEM NADA de preocupações? NADA de estudos? NADA de pessoas? Só você, o sofá e o cheirinho da comida saborosa de sua matriarca?
Não é maravilhoso navegar na internet sem destino nem rumo? Jogar aqueles ridículos jogos online? Ou bater um papo banal com alguém mais banal ainda?!

E tomar banho?! Feche os olhos! Sinta-se numa cachoeira! Esqueça da conta da água! SIM! Ficar embaixo do chuveiro e NADA.

É tudo isso é lindo, e eu amo tudo isso (ahá! bigmac neles!), mas é difícil não? Porque mesmo quando não temos NADA pra fazer temos alguma coisa pra fazer...

É. Só para terminar, aqui vai o tão esperado fim!

'A verdade da vida está no nada. Mas só entenderemos o nada quando finalmente não formos nada'. Sim, foi eu que escrevi. Háháhá!
Profundo não? Uns 20metros...


Agora para realmente terminar ou quase:
"Quando me despreendo do que sou, chego a ser o que poderia ser." ~ Tao Te Ching.


Escrevi esse monte de bobagem ouvindo U2, Eletrical Storm. Mas no fim eu só ouço para recordar alguns refrões. Vou compartilhar aqui:
"You're in my mind all of the time, I know it's not enough...", bonito né? Ando vivendo em ares nipônicos...


Agora sim.
FIM.

------------------------------------------
[IMG] http://after-the-party.deviantart.com/art/Writing-75333743

quarta-feira, agosto 13

Meu amor é uma fada ~ (manuscrito) ~ Capítulo I




AOS PÉS DA ÁRVORE



Muitos acreditam que o mundo encantado não exista. Zombam dos gnomos quando algo some, como se eles fossem ladrões. Querem atingir o final do arco íris para roubar o pote de ouro dos duendes. E das fadas só querem moedas em troca dos dentes de leite. Dizem que quando uma criança para de acreditar, um ser do mundo encantado desaparece. A história que se segue é verdadeira, no entanto aconteceu na minha cabeça. Mas há quem diga que: “Imaginar é ver”, então vejamos...


Há muito tempo atrás...
...Numa fria noite de inverno. Debaixo de uma grande árvore no meio da floresta um pequeno embrulho chorava. Mas o seu choro era abafado pela pesada chuva que caía. De repente, pequenos pontinhos de um amarelo muito forte e brilhante, pararam sobre o bonito bebê. Segundos depois, os pontinhos se espalharam e uma figura se revelou na escuridão, pegou a criança em seus braços e tão rapidamente desapareceram sem rastro.
Longe dali, uma mulher mal vestida corria para fora da floresta. Logo atrás vinha uma criança. Um menino.

— Venha logo! — exclamou a mulher apressada.
Ele a olhava com tristeza e medo. O menino pertencia a um orfanato não muito longe dali, e o bebê levando pela figura misteriosa fora um recém-nascido deixado à porta do mesmo orfanato. O bebê tinha uma minúscula marca de nascença nas mãos. Alguns pequenos sinais que tão delicadamente formavam uma minúscula folha. Porém naquela época, a repressão e a religião eram os alicerces da sociedade e nascer com uma marca era algo mau e perverso digno de morte.

E dez anos se passaram...
Doenças, guerras, e a peste. E o pequeno menino de outrora nunca mais voltou aquela floresta..

Mil anos depois...

— Cuidado para não se perderem! — exclamou de longe uma mulher a seus filhos.
— Não se preocupe mamãe! — gritou a menina.
Os dois irmãos caminhavam de mãos dadas por entre o bonito parque. Havia tantas árvores, arbustos e flores, que era quase impossível imaginar que algo tão colorido tenha escapado de se tornar cinza durante todas as revoluções e evoluções das cidades e da humanidade.
Eram tantos aromas e cores que se podia ficar zonzo. O ar era tão mais puro e se ouvia grilos, cigarras, e abelhas que zuniam próximo dali.
Caminharam por um pequeno caminho de pedras rodeado de grama, e grandiosas árvores e pararam defronte a maior do parque.
— Nossa! — exclamou a garotinha. — Será que é muito velha, Carlos?
— Deixe me pensar... — respondeu o menino. — Deve sim... Talvez mais de mil anos, Julia.
— Venha, vamos sentar aqui! — disse apontando para o sopé das grossas raízes.

Os dois se sentaram. Quase que instantaneamente Carlos sentiu uma sensação estranha, foi ficando tonto e sua visão ficava cada vez mais embaçada. Ele olhou para a pequena irmã que falava alegremente, mas ele não conseguia ouvi-la. Tentava falar, porém por mais que sentisse que sua boca se abria e fechava a menina parecia não ouvi-lo. ‘Deve ser um sonho... Ou talvez um mal estar?’, pensou o menino assustado. Segundos depois Carlos sentiu uma horrível sensação, parecia cair num buraco muito fundo. Caindo... Caindo... E tudo escureceu.


Ao observar uma estranha figura caída aos pés da árvore, um jovem lobo tão branco quanto à neve se aproximou lentamente. Colocou bem devagar sua pata sobre o braço da criatura e sentiu que era quente. ‘Provavelmente deve estar viva’, pensou o lobo. Suavemente subiu na criatura, e a barriga desta começou a subir e a descer. Ele rastejou até o rosto da estranha criatura e cheirou com seu gelado nariz.
Carlos foi recobrando sua consciência. Foi sentindo novamente cada parte do seu corpo. Porém sua barriga estava pesada ‘Será que comi demais e desmaiei?’, pensou o menino, ‘Ou será que tem algo em cima de mim?’. O menino apavorado foi abrindo seus olhos cautelosamente.

— Como você é grande, criatura — disse o lobo.
Carlos arregalou os olhos e não acreditou. ‘Um lobo falante? Ou estou louco ou estou sonhando!’, pensou.
— Você não é daqui estou certo? — perguntou o lobo deitando sobre o peito do menino.
Carlos estava tão apavorado com o que via, que nem conseguia se mexer, muito menos responder a um lobo falante.
— Você tem nome criatura? — indagou o lobo colocando a pata de unhas afiadas sobre a cabeça de Carlos.
— Ei! Cuidado com isso aí! — exclamou o menino.
— Puxa! Desculpe! Quanta grosseria de minha parte. Esqueço das minhas garras — riu o lobo.

— Meu deus... Você não existe! Provavelmente eu estou sonhando! Quer sair de cima de mim? — disse o menino grosseiramente.
— Criatura estranha... Pois bem — prosseguiu o lobo descendo da barriga de Carlos. — Não sou tão mau-educado quanto você, então deixe me apresentar — completou o lobo imponentemente. — Eu sou Sirius. Do reino de Canis. Filho de Rigel e irmão de Aldebaran e Capella — disse fazendo uma reverencia.
— Você está brincando não está? Isto são nomes de constelações, não de lobos!
— Como você é esquisito... Li muito a respeito de coisas diferentes, mas criaturas iguais a você eu não me lembro... — divagou pensativo.
— Quer parar de me chamar de criatura? — perguntou o menino sentando-se.
— Me desculpe, Criatura... — respondeu irônico.
— Carlos! Meu nome é Carlos! — berrou enfurecido. — Agora pode, por favor, parar de me chamar de criatura?
— Claro, claro. E é filho de quem? De algum rei? Imperador? E de que raça você é?
O menino fechou os olhos e respirou profundamente.
— Eu estou tendo alucinações! — disse batendo com as mãos na cabeça.

—Quer parar com esses ataques? Se quiser posso te morder para que você acredite que é verdade — afirmou Sirius abrindo sua boca cheia de dentes pontiagudos.

— Não! Não sou filho de ninguém! E não faço idéia de que raça eu seja! — respondeu irritado.
— Será que bebeu da fonte da Ilusão? Enfim, foi um prazer conhece-lo, até outro dia, Sr. Carlos não da onde.
— Não bebi de fonte alguma! Ei! Espere! Aonde você vai? — perguntou Carlos colocando-se de pé.
— Estou em uma viagem. Estou aqui para conhecer o mundo, ora essa.
— Não pode me deixar aqui sozinho!
O branco lobo rodeou Carlos, observando-o atentamente.
— Você não me parece muito forte, nem muito ágil — disse Sirius sentando-se defronte ao menino.
— Como se um lobo precisasse de um guarda-costas... — completou em tom de sarcasmo.
— Não é possível que criaturas como você, existam. Você não faz idéia de quem eu sou não é? — indagou o lobo perplexo.
— Não... Nunca gostei de Astronomia... — murmurou Carlos rindo-se.
— Astro o quê? Está bem...está bem. Ao anoitecer lhe contarei sobre o império de Canis — disse o lobo caminhando. — Ei, você não vem?
Carlos apressou-se e o seguiu.
— Será bom ter um companheiro... Será uma aventura emocionante — disse Sirius sorrindo.
E os dois prosseguiram e desapareceram pela densa floresta, e a velha árvore foi ficando para trás.



~ Próximo Capitúlo II ~ A floresta Púrpura e o Império de Canis ~

Mata ne! またね!

terça-feira, agosto 12




ha (Folhas)


Levadas pelo vento,
Encharcadas pelo rio,
Ou queimadas pelo sol.

Secas, voam para longe.
Sobrevoam as montanhas,
De cima, a imensidão.

A grande floresta, a grande cidade.
As pequenas pessoas.

De cima, as folhas pequenas,
Tornam-se grandes.De cima, circulam entre as nuvens.

Secas, voam para longe.

De baixo, um menino,
Sorri invisível.
Porque a danças das folhas
Ninguém mais viu.

segunda-feira, agosto 11




take (Bambu)


Ninguém sabe,
Ninguém entende.
Eu entendi.
Já não entendo mais.

Esperar não tem motivo.
Pois o motivo não existe.
Era uma vez uma razão,
Mas ela se perdeu entre a chuva.

Ah! A chuva.
Tão pesada tão fria.
Ninguém viu,
Ninguém consolou.
E a menina da montanha,
Chorou sozinha.

Mas em pensamento, ela sorria.Ela sabia que não estava sozinha.
Pois houve um dia, em que a menina pediu.
E eles ouviram.
Pois o mesmo sangue, jamais sofreria só.

Só.

Nascemos sós.
Porquê não viver só?
Porquê não caminhar só?
Porquê não ser feliz só?
Mas ninguém respondeu.

A chuva se misturava.
Não se sabe mais quem chorava.
E talvez sozinha, a menina entendeu.
Mesmo sem um solo forte, germinará.
Mesmo que a chuva seja escassa, ele crescerá.
Mesmo que os predadores o devorem, ele espalhará suas sementes.
Mesmo que o tempo demore, ele florescerá.

Nada vai depender da montanha.
Nem da menina.
Nem do samurai.
Naquela chuva que precedeu o inverno,
A filha do Sol entendeu que era hora.

De levantar.

八百万の神 - ya-o-yorozu no kami (Oito milhões de deuses)

A menina caminhava.

O caminho não era bonito,
Não era tranqüilo.
Havia pedras, havia lama.
A terra às vezes era seca.
Chovia. Nevava. Ventava.
Mas a menina da montanha,
Continuava sua caminhada.

Os deuses curiosos se perguntavam,
‘Para onde será que vai?’
‘Por quê tanto empenho?’
E decidiram testá-la.
Até onde chegaria?
Até quando resistiria?

Foi quando as nuvens cobriram o céu.
E os dias viraram noites.
A menina sem enxergar,
Continuou a andar.

E o vento soprou forte.
Tão forte que cortou sua pele fina.
A menina mesmo machucada,
Continuou a andar.

De repente, choveu.
Uma chuva tão pesada que a menina caiu.
Com o rosto no chão, fechou os olhos.
E sorrindo, continuou a andar.

Os deuses se enfureceram.

O tempo se tornou gélido.
Nevou.
Tremendo de frio, a menina sentou.
Sorrindo novamente, continuou a andar.

Nem a escuridão,
Nem o vento,
Nem a chuva,
Nem o frio,
Nem a neve.
Impediram a menina de andar.

‘Existe motivo tão forte?’, perguntaram-se os deuses.

Uma muralha surgiu no caminho,
A menina com os dedos congelados,
Sorriu.
Escalou a muralha, e continuou a andar.

Foi quando um dos deuses já enraivecido,
Disfarçou-se de homem.
Chegando perto da menina, ele perguntou,
‘Para onde vai?’
A menina sorriu.
‘Eu não sei.’
O deus disfarçado de homem riu-se.
‘Tudo isso por nada?’
A menina sorriu, respondendo,
‘Tudo isso por um sonho’
Surpreso, perguntou,
‘Que sonho?’
A menina sorriu uma ultima vez, e respondeu,
‘Um motivo’

Já muito enfraquecida, a menina desabou ao chão.
Sorrindo para o homem-deus,
Fez um símbolo na areia.
Infinito.
A menina da montanha ainda sorrindo, dormiu.
E nunca mais acordou.

Os deuses se envergonharam.
Choraram.

Não há caminho fácil,
Não há caminho bonito.
Nunca se saberá para onde ir, ou como ir.
Às vezes caminhar é tão difícil,
Tão impossível.
Haverá dor.
Haverá lágrima.
Mas se houver um sonho,
Mas se houver um motivo,
Haverá um sorriso.

E o sol nunca brilhou tão forte quanto naquele dia.