Verão
Por vezes o caminho se tornou difícil
E o coração de um samurai aflito
Procurava abrigo
Sol.
Numa montanha a mesma menina
Esperava tranqüila
No mesmo jardim,
Na mesma montanha,
O dia.
E seu coração se aquecia
Brisa.
Outono
O vento quente de outrora
Lentamente desaparecia
O rosto do samurai escondido
Lentamente aparecia.
A vida passava
E tão lentamente o bambu crescia.
.
Inverno
As pegadas geladas na neve
Apontam o caminho do guerreiro.
O mesmo que desafiou a montanha
E compadecido fez um jardim
Que encantado
Amou.
Agora caminha.
Para onde?
Vida.
A montanha sobrevive
O jardim queimado pela neve
Resiste.
E a menina sob a neve fina
Espera.
O quê?
Uma flor.
O bambu ainda não floresceu,
E a procura ainda não terminou.
Porém o motivo ainda não congelou.
Que motivo?
Voltar e esperar.
Voltar para onde?
Uma flor.
Esperar pelo quê?
Uma vida.
Na primavera,
Um esperava o inverno
Um esperava o verão.
Mas o que realmente desejavam?
Um momento
E o que tinham?
Uma lembrança.
Uma lembrança da neve.
[mar/2008]