À minha genitora

Nos momentos alegres,
Nos momentos tristes.
Trocando as minhas fraldas,
Aguentando minhas diabices.
Assoprando meu machucado,
Fazendo um suco bem gelado!

Ainda me lembro como ontem,
Da foto dentro do armário,
Das pipocas pela sala,
e sim, daquele monte de burradas.

Mas sempre lá, firme.
Só não tão firme com enxaqueca.
Mas eu levo sopa, chá e chaleira!

Amo-te desesperadamente,
Porquê na alegria e na tristeza,
lá tu estas, com os braços abertos.

Eu me recuso a acreditar.
Não! Não acredito.
Tenho certeza que você não mentiu,
é pra sempre.

Que em seu colo maternal,
Eu encontre novamente um berço.

Feliz, feliz e feliz (mesmo)
Aniversário.

Perfure o papel

Despido de máscaras,
Despido de orgulho.
Sejas tu,
Assim nu.

Se olhe no espelho,
Sem medos e preceitos,
Encare seus defeitos,
E jogue fora,
aquelas demagogias fulas.
E jogue fora,
aquelas teorias efêmeras.

Não seja mais torto.
Nem seja mais reto.
Substitua a falsa honra,
Pela verdadeira mentira.
Não dê as palavras doces,
Dê as amargas, porém reais.

Desfaça as falsas promessas,
Esqueça as falsas dívidas.

Olhe pra si,
E minta.

E se você conseguir essa proeza, meu amigo,
Continue a viver sua farsa.

E quando morrer, lembre-se que não foi vida.

Vontade

Eu quero comer quando der vontade!
Eu quero voar quando der vontade!
Eu quero rir quando der vontade!
Eu quero estudar quando... der vontade!

Eu quero você, quando der vontade!
Eu quero chocolate à vontade!
Eu quero uma vida, de verdade.

Eu quero gritar pra valer!
Eu quero brigar com você!

Eu quero chorar quando der vontade!
Eu quero transar quando der vontade!

Só tenha certeza,
Eu vou viver enquanto der vontade.
E vou morrer, definitivamente, quando der vontade.

Porque diferente de Sir. Jagger, I can get satisfaction.

Medo

"Medo é um sentimento que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente. Pavor é a ênfase do medo."

Pelo menos é isso que o "Wikipérdia" diz. Agora vamos ao medo.

Nascemos com medo da morte.
Vivemos com medo da morte.
Alguns com medo da vida.
Outros com tanto medo, que não vivem.

Medo que bloqueia, ou que impede. Porém medo que salva, controla.

Por medo de sofrer, não amamos. Por medo de errar, não fazemos. Por medo de cair, não andamos. Por medo de chorar, não sorrimos. Por medo brigar, não conversamos. Por medo da realidade, não sonhamos.

Ninguém vive sem medo.
Porém, não se pode viver, "de" medo.

Então, sofra, erre, caia, chore, brigue, viva a realidade.
Pois os que o fazem,
Amam, fazem, levantam, sorriem, conversam, sonham.

Não ter medo é impossível.
Mas ninguém disse, quer seria fácil viver com ele.



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Keep Feeling

Sinto falta de tomar chuva.
Sinto falta de comer areia.
Sinto falta de rir da vida.
Sinto falta de não ser sozinha.

O propósito da vida é sentir. Não meio termo. Nem termo adjacente.

Se vive, se sente. É reduzida, mas é subordinativa condicional, então uma coisa implica a outra. A questão maior da vida é "Como se sentir bem vivendo?" ou "Como viver bem sentindo?" Não importa a ordem, nem as palavras usadas,de fato ninguém vive sem sentir, nem sente sem viver. E quando se escuta a consciência? Ela louca e enfurecida briga com você e te dá um coices, mas depois você pergunda a sua volta e não! Não é só você que anda inconformada! Nem só você que fica louca, muito menos só você que tem TPM! Não... não fique triste, (ou fique), não é só você.


Ora e que raios é isso afinal?

Tudo é sentir durante o viver.
Sente-se triste.
Sente-se alegre.
Sente-se puto
Sente-se puta
Sente-se faminto
Sente-se tesão
Sente-se pesar
Sente-se solidão
Sente-se calor
Sente-se frio
Resume-se, sente.

E no fim, dizem os especialistas, é mais fácil lembrar que se chorou, do que lembrar sobre o que se sorriu. É, é um bolo fecal, mesmo.

Por fim, eu sou HUMANA.
Até hoje não consigo entender como o filho de Deus, o todo-poderoso, o Jesus Cristo, o messias, o enviado, o escolhido... Morreu por uma grande corja de incorrigíveis, e ainda os amou sem distinção.

É, tem uns que nascem santos.
Tem uns que vivem santos.
Tem uns que são santos.
Tem outros que são monges.
E outros que são demônios.

Eu, sou ser humano.

Keep feeling.



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Eu queria

O que eu queria...

Eu queria uma vida perfeita.
Eu queria o dia de sol,
Eu queria a chuva mais quente,
Eu queria o amor ideal.

Eu queria andar sobre as nuvens,
Eu queria justiça social,
Eu queria saber escolher,
Eu queria saber viver.

Eu queria pode meditar,
Eu queria aprender a cantar,
Eu queria escrever um livro,
Eu queria ter um filho.

Eu queria um homem de bem,
Eu queria uma amiga do bem.
Eu queria alguém confiável,
Eu queria alguém intocável.

Eu queria ter mais amigos,
Eu queria ter menos colegas.
Eu queria estudar menos,
Eu queria aprender mais.

Eu queria... eu queria....

Eu queria ser tranquila.
Eu queria estar em paz.
Eu queria falar e ser ouvida,
Eu queria... eu queria...

O que eu quero dessa vida de fato é,
Falar pelos cotovelos, Não me importar com o desespero, Nem chorar com os desvaneios.

O que eu quero dessa vida de fato é,
Ter um amigo, um amor, um assunto, um destino, e um futuro.

O que eu quero de fato, é
UM.


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Pra não dizer que não falei de estrelas!

Não. Não é loucura.
Eu aqui vos digo, é paixão.

Muitas vezes eu acordo,
ouvindo um sussurro ao pé do ouvido.
Esperando ser um morto-vivo ou perdido,
Eu descubro de abrupto que são estrelas.

Abro a janela e as escuto.
Conversamos a noite inteira,
Sobre o sonho do futuro,
e o sonho
Da vida inteira.

Sei que me pergunta, do que falam elas,
Eu vos digo que não falam, cantam.
Não gritam, sussuram.
Não gemem, beijam.

Essas estrelas cintilantes,
Brilham piscantes,
e me entretem a noite inteira.

"Amai para entendê-las
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas!"

[Em homenagem ao soneto de Olavo Bilac - Via Láctea]

Os seus e os meus antepassados

Ah! Se você soubesse...
Se você soubesse quantos morreram,
Quantos ficaram mudos,
Quantos se suicidaram.
Mas os seus, e os meus,
Estes não morreram,
Não elouquereceram,
Muito menos se esqueceram.

Houveram pestes,
Houveram guerras...
Bombas dilacerantes,
Fomes estupefantes.
E entre mortos e feridos,
Morimbundos e desnutridos,
Nem os seus, nem os meus morreram.
Nem os seus, nem os meus se feriram,
Nem os seus, nem os meus se perderam.

Talvez estivessem nas arenas romanas,
Gladiadores, imperadores, ou escravos.
Ou talvez orientais, mulatos ou germânicos.
Sofrendo, chorando ou cantando,
Nem os seus, nem os meus morreram.

Entre os bajuladores, ou entre os leões,
Entre os palhaços ou aldeões.
Dormindo nas ruas, ou em casarões.
Brandindo espadas, ou tambores
Prostituindo-se ou enriquecendo,
Nem os seus, nem os meus morreram.

Porquê se morresse apenas um,
Nem você, nem eu existiríamos.

Honrar a vida que se tem, é apenas uma forma de agradecer àqueles que viveram ontem para que você vivesse hoje.


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