Em meio à imensidão do céu,
Um bando de andorinhas apressadas,
Voavam à procura do verão.
O vento frio se tornava quente.
Sobre os oceanos,
Sobre as florestas,
Sobre as cidades.
Mas entre elas, uma em particular,
Voava tão bravamente.
Tão contente.
Tão contente.
Em seu pequeno olhar, o brilho.
O brilho de uma vida inteira.
Elas cantavam.
Cada uma em seu tom,
Cada qual em sua melodia,
Cada uma com seu ritmo.
A orquestra das aves,
O vento levou ao longe.
E mesmo do alto da cidade,
Ou da montanha, ou do céu,
Foi ouvido.
Levou dias. Levou noites.
Houve um vento ameno,
Houve um vento quente.
E finalmente as andorinhas,
Pousaram.
Entre elas, uma em especial,
Continuou a voar.
Voava em círculos.
Apavorada, sobrevoava as árvores.
O vento, agora, parecia mais gelado.
Triste, a andorinha pousou sobre o mesmo galho.
E tão serenamente, cantou.
Seu canto atravessou mares,
Atravessou florestas.
Seu canto foi levado,
Pelo vento,
Pelos deuses.
Foi ouvido.
Ao longe, outra pequena ave,
Surgia.
E a corajosa andorinha,
Como se sorrisse, voou novamente.
Uma andorinha sozinha não fará o verão.
Mas sempre voltarão ao mesmo lugar para fazê-lo novamente.