quarta-feira, março 28

Decisão


Era tarde,
E naquela imensidão, um guerreiro faminto,
Duelava contra a fome.
Duelava contra a honra.
Duelava contra sí próprio.

Com a lebre nas mãos,
E a espada a postos,
o guerreiro pensava:
"E se fosse eu?"
E os olhos da lebre, temerosos,
Pareciam chorar.
Seu grunhido era o único som a se ouvir ao luar.
Os brilhos dos olhos do animal,
Refletiam intensos dentro do homem.

Aquele guerreiro, que matava um homem,
Fraquejou ao matar o animal.

Será a minha fome, desculpa?

Silêncio.

E naquele momento intenso,
Enquanto a fome enfraquecia seus membros.
A lebre, sangrou.

Sentindo o gosto na boca,
Sentindo o sangue escorrer.
Sim.
Aquela foi sua mais difícil batalha,
Pois aquele inimigo,

Não tinha espada,


Aquele inimigo,

Não revidou.


Aquele inimigo, simplesmente, morreu.