terça-feira, abril 24

Simples



Enquanto a borboleta voava sem rumo,
O tigre descansava sob o luar.
Ela pairava e admirava,
A grande criatura a repousar.
Tímida, sem jeito,
A borboleta pousou alí perto.
E tão silenciosa, tão timidamente...

O tigre se quer reparou.
Em seu sonho,
Corria, brincava, dormia, acordava.
Sonhava com sua presa,
Aquela corrida, aquele olhar.

A borboleta, ficou a imaginar,
Seria possível, a um tigre eu amar?

Não.. Não seria.
Não...Nem poderia.
O que ele veria?
Dois pares de asas,
Uma carcaça frágil,
Um futuro incerto,
Uma vida curta.

A borboleta ficou a pensar,
E mesmo cheio de dúvidas,
Murmurou sem hesitar.
Sim... Poderia.
Sim... Seria.
Poderia ser a que ele mais amará.
Seria a única a verdadeiramente te amar.
Ah! O amor!
Enquanto a borboleta sonhava,
Imaginava uma vida de amor,
Num suspiro, num pensamento...
O tigre acordou. 

Com um movimento brusco,
O Tigre a esmagou.

Amar, amei, amou.